A prisão da Tradição

De séculos em séculos a Verdade aparece obscurecida e muito fragmentada. Nesses fragmentos, os ensinamentos espirituais têm a mesma configuração básica, mas seguindo os ritos e a visão de cada Era, de cada ser, de cada civilização, adequadas, muitas vezes, pelas leis dos homens, da política, e, sempre, da religião vigente, que, em meu ponto de vista, deve ser atualizada constantemente, porque os costumes foram modificados em relação aos da época de Jesus Cristo ou da Idade Média, por exemplo, e isto geraria um maior entendimento geral. 

O ser humano sempre foi perdido, cheio de conflitos, interna e externamente, em uma eterna montanha russa sentimental, física, mental, que é percebida por tanta dor que gerou em muitas civilizações. Poderíamos encará-la como um mal-estar da civilização, teoria levantada por Sigmund Freud, ou a necessidade de um sentido maior, como a religião e o amor ao próximo, que foi dito por Jesus Cristo e dificilmente seguido ao pé da letra, independente da Era vivida. Cada época tem certas tendências, costumes, normas, leis e neuroses reinantes, como por exemplo, hoje em dia: - TOC, - Síndrome do Pânico, - Transtorno Bipolar, - Hiperatividade, - Transtorno de Déficit de Atenção, etc... 

Esses tipos de distúrbios, bem atuais, demonstram que existe algum tipo de erro na interação com o meio e com as pessoas, e que são diferentes de outras épocas, porque se pode correlacionar a criação da Sociedade da Informação (com excesso de conhecimento on-line) com um distúrbio de déficit de atenção ou de hiperatividade (que demonstra a necessidade de se desligar, sair deste plano ou a de fazer TUDO, AGORA e da maneira mais estressante possível!), e se pode correlacioná-las, ainda, da violência e da nossa necessidade de segurança e do medo do outro com a Síndrome do Pânico, etc... 

Para se falar em normas e tradições, nas maneiras de viver de muitos povos, um dos gênios atuais, Einstein, disse-nos: “A tradição é a personalidade dos imbecis”. Mas, cá para nós, os seres sempre foram baseados em tradição, em memórias, quem somos, o que percebemos do mundo, como interagimos e nos portamos diante das situações e de tal ou qual pessoa, como ensinamos nossos filhos a viver e como fomos ensinados estão inseridos neste contexto. Somos macaquinhos que repetimos os atos de nossos antepassados e criamos situações parecidas com aquelas que ocorreram com nossos pais, repetindo os mesmos condicionamentos, às vezes muito antigos e sem um porque razoável. E, assim, acaba-se por tolher a imaginação em virtude da tradição, de nossas crenças, do que é cientificamente comprovado, das críticas, do que está ao nosso redor, do que está visível, da hereditariedade. 

Oras, quem disse que a Terra era plana? A Terra não era o centro do Universo? O Universo é, praticamente, um vácuo só? O átomo não era o menor corpo do planeta? Crenças antigas da comunidade científica que hoje sabemos não serem verdadeiras, mas eram verdades passadas por ante ante ante antepassados nossos que, realmente, se fizeram fatos comprovados, por muito tempo!

A tradição inflexível aniquila as idéias, e ao se matar a liberdade, acaba-se com a evolução, pois, não há transformação; assim como aconteceu aos montes na Idade das Trevas, dominada pela Igreja Católica. Estamos em um tempo de inovações no mundo empresarial, da globalização de mercado, de concessões de créditos, de criação de vidas virtuais. Mas, que contra-senso, vive-se com medo de outras pessoas, continuamos agindo da mesma forma que ontem, nos apegando a preconceitos, a egoísmos, as inverdades, a julgamentos, a imitar e tentar se enquadrar em uma sociedade baseada em consumo, em geral, estimulado através do sexo e da violência. Entendo o porquê de muitos filósofos tentarem incutir-nos a idéia de desconstrução dos paradigmas atuais... Senão, como poderemos melhorar se nós não conseguirmos enxergar uma base de vida diferente, além da mera vidinha que nos foi mostrada anteriormente como ter trabalho registrado, ser de tal religião, ser heterossexual ou ser magro e malhado, de trabalhar bastante para ter dinheiro e poder aproveitar a vida, ou que devemos buscar o poder, para ficar em um patamar acima do ser humano ao lado e poder tirar proveito de condições distintas? Ou uma vida em busca da satisfação dos instintos, em baladas, em drogas, no sexo, no consumismo... Ou a crer em uma vida que após a morte termina em um sono eterno?

Afinal, se faz necessário traçar um panorama para entender o que é, realmente, a nossa Vida, o que é que Deus/Alá/Jah/Energia/Força Cósmica/Zeus/Oxalá/o Todo, espera de nós, para que se alargue o “quadradinho” mental/emocional/espiritual e, por conseguinte, físico, para alcançar a almejada paz de espírito. Só se conseguirá um mundo melhor ao melhorar cada ser humano, um a um. Para virar um senhor “quadrado”, quero dizer, aumentar nosso poder mental, nossa inteligência, nossa fé, nossa criatividade e nosso amor, precisaremos possuir um conhecimento interno ímpar, pois, a sabedoria traz o controle e, assim, conseguiremos nos conectar e entender ao outro, e, quiçá, a Deus, e, deste modo, amplificar nosso campo de visão.

Os conceitos Herméticos e metafísicos que são de conhecimento público há algum tempo, podem nos auxiliar, no entendimento das Leis de materialização de nosso Planeta, mas, só o Amor, proverá o desenvolvimento pleno da Tríade Imortal: Sabedoria e Amor; Vontade e Poder; Razão Criativa. Mesmo que estejam disponíveis há tempos, são mistérios, que só vivências, depois de uma análise profunda e demorada podem se tornar inteligíveis, em partes. Uma pequena mostra da verdade, ante o nosso nível de entendimento, mas, quando os desenvolvemos, possibilitam a abertura de consciência, o equilíbrio para a incorporação das maravilhosas energias de Deus em nossos corpos e planos (mentais, físicos, emocionais e espirituais) até que esta abranja todo o planeta.

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Meus trabalhos:

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